Educação: sabemos para onde vamos?
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Educação: sabemos para onde vamos?



















Se queremos agir sobre uma realidade, devemos começar por compreender essa mesma realidade, sem preconceitos ou mistificações. O mundo mudou bastante nos últimos 20 – 30 anos para que tenhamos, em determinadas matérias, uma visão fundamentalista e avessa a qualquer mudança. A Educação é uma dessas áreas.
Não é frase feita, é mesmo a minha convicção: a Educação é a base de qualquer sociedade. Em Portugal, foi objecto de um enorme esforço de investimento e desenvolvimento nos últimos 35 anos, tendo em conta o desafio quantitativo de massificar e democratizar o acesso à escolaridade. Olhando para a oferta educacional e para as taxas de cobertura dos vários graus de ensino, esse desafio foi razoavelmente enfrentado e vencido.
Neste momento, na era da globalização e do conhecimento, o desafio é outro, de natureza qualitativa: dotar crianças e jovens de capacidades (pessoais e sociais) que lhe permitam uma saudável inserção na sociedade e aprendizagens e competências para enfrentarem os desafios da empregabilidade deste século XXI.
Como tal, parece-me essencial equacionarmos ou repensarmos algumas questões críticas para os resultados que desejamos: os modelos de ensino/ aprendizagem, os conteúdos e as metodologias pedagógicas, os modelos de gestão escolar, a responsabilidade da família e da comunidade envolvente.
Infelizmente, como cidadão relativamente atento a este tema, vejo que em Portugal se gosta mais de discutir o acessório e se perde a noção do que é essencial. O debate político amplificado pela comunicação social foca-se em temas como as carreiras, as remunerações e as avaliações de professores ou no encerramento da escola A ou da escola B; ora se aborda o (complicadíssimo) sistema de colocação de professores ou o aparente facilitismo dos exames que nos leva a questionar se não estaremos a trabalhar para as estatísticas em vez de nos focarmos em resultados genuínos e concretos.
Por favor, haja o bom senso de nos centrarmos no que é essencial. Haja o bom senso que darmos tempo a que cada reforma ou medida concreta tenha o seu tempo de provar resultados e não façamos “revoluções educativas” de 2 em 2 anos, ao sabor das preferências de cada ministro. Façamos exercícios de cenários para perspectivarmos onde queremos estar daqui a 10 anos, sempre com atenção à cada vez mais acelerada evolução social, cultural e tecnológica.

Olhando para a realidade nacional, como não especialista neste campo, atrevo-me a deixar aqui algumas linhas e sugestões de melhoria:

• Definição rigorosa de metas de aprendizagem – sempre revistas regularmente com vista a aferir a sua adequação às novas exigências;
• Acabar com a estrutura hiper-centralizadora do Ministério da Educação, dando cada vez mais autonomia às escolas para tomarem as suas decisões;
• Envolvimento intenso dos agentes locais (autarquias, associações, empresas) nas estratégias educativas;
• Autonomia e responsabilização em termos de resultados;
• Maior monitorização/ acompanhamento dos estudantes (combatendo o insucesso escolar e medindo sucessos futuros);
• Passar de um paradigma de avaliação de professores para um modelo avaliação da escola e dos resultados;
• Melhor orientação vocacional/ profissional;
• Interligar políticas de família com política de educação – para que a escola não tenha a missão pesada e solitária de garantir tudo o que concerne ao desenvolvimento de qualquer criança ou jovem.
São apenas ideias soltas, que aqui ficam como contributo.

Carlos Sezões



Fonte: http://ideiascomideais.blogspot.com





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Lisa Teixeira
http://muraldecristal.blogspot.com
Fevereiro / 2012



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