Energia Cósmica
A CORAGEM ESSENCIAL...
Seria algo superficial dar início a esse relato sobre a minha formação em Psicopedagogia sem “esbarrar” em meu histórico de vida como um todo.
Entrei para a educação à aproximadamente dez anos, não necessariamente por ser o meu sonho de consumo, mas porque a vida impetuosa e cíclica me arremessou literalmente para este caminho.
Meu sonho desde menina, pautado em meu perfil de temperamento era a área da Psicologia. Sempre fui alguém com especial atenção para a “escuta”, observadora e questionadora, estava sempre atenta em ajudar ou em colaborar de alguma forma com o sofrimento alheio.
Sempre solícita, fui o ombro amigo de muitas amigas que compartilhavam comigo tantas de suas aspirações e de seus conflitos interiores. As questões sobre o “auto conhecimento” sempre foram o meu foco de atenção, e ao longo do caminho busquei estudar várias religiões e filosofias de vida, até chegar na metafísica.
Fiz uma escolha e todo esse potencial para adentrar na área Psicológica acabou sendo jogado na gaveta e trancado a sete chaves com a realização do sonho do casamento e com o nascimento do meu primeiro filho.
Tudo foi alterado, mas essa foi minha escolha na época e pela qual vivenciei intensamente. Após vinte e dois anos experimentando esse sonho cor de rosa, veio à separação abrupta e sem entender direito sobre tal procedência, não me deixou outra alternativa a não ser o de pegar o touro a unha e de prosseguir adiante e sozinha.
Uma nova jornada, totalmente inédita se descortinou diante de mim. Já com quarenta anos e inexperiente no mercado de trabalho, tive de dar os meus primeiros passos na direção de um longo processo de resgate.
Resgatar toda a minha possível vida profissional que foi deixada para trás num segundo plano em prol de um ideal de amor e de família.
Abandonada e posteriormente separada, o que fazer para recomeçar?
Como uma dona de casa poderia adentrar ao mercado de trabalho tão competitivo, após tantos anos unicamente dedicados aos cuidados com o lar e filhos?
Bem, não me restou escolha, a não ser em fazer aquilo que eu mais sabia fazer, cuidar de crianças.
Comecei na área da educação como auxiliar de primeira infância, concursada aqui mesmo em São Caetano do Sul.
Foram anos difíceis onde em paralelo aos temas e abordagens pedagógicas aprendidas no curso de Pedagogia, prestava assistência em meio a fraldas, mamadeiras e sopinhas, assim como em aquarelas, joelhos ralados e massinhas. Aqui neste ponto, já da para fazer uma co-relação com o texto “ A CORAGEM ESSENCIAL: formação pessoal em Psicopedagogia “ do prof. Ms.João Beauclair.
Lembro-me que tudo o que mais precisei na época, foi contar com a minha coragem de seguir adiante, pois lá, diante dos primeiros passos de uma criança em direção aos meus braços eu também dava os meus primeiros passos e tomava gosto por essa área tão desafiadora e estimulante que é a educação.
Após alguns anos já formada, passei no concurso para professora de ensino fundamental e somando com minha experiência anterior fui atuando em meio a uma diversidade muito grande de alunos com seus problemas e dificuldades familiares e educativas que careciam de um novo olhar.
A vida se encarregou de me dar à experiência e a prática, eu apenas precisava de um pouco mais de embasamento teórico e de conhecimento científico, um olhar mais atento em relação ao meu aluno João, que é diferente da Maria, que é muito diferente da Joana, que apesar de algumas semelhanças também se difere do Miguel, e foi se desenrolando à minha frente vários contextos e inúmeras possibilidades, e a faísca que já estava em mim do desejo de ajudar o próximo, acendeu-se ainda mais e transformou-se em uma grande chama que já não se pode mais conter.
A vivência em sala de aula me proporcionou lidar com muitas realidades e situações, as famílias já não são mais as mesmas, as crianças estão cada vez mais inseguras ou agressivas, carentes de afeto e cuidados, onde a educação tornou-se artigo de luxo.
Por isso, a importância em buscar sempre mais, buscar modelos mais abertos, onde seja possível superar certos entraves que impedem que minha interação com os educandos sejam mais plenas, abertas e tecidas para uma prática mais dinâmica, a fim de que eu possa procurar entender essa complexidade de alunos que chegam todos os anos aos meus cuidados. Não quero ser apenas um número, o trabalho em sala de aula é o meu trabalho espiritual, tornou-se urgente pra mim compreender as síndromes, os vários tipos de dificuldades cognitivas, psicológicas, físicas e emocionais dos alunos.
Enquanto educadora e ser, de certo modo, um pouco inconformada e inquieta, nunca deixei meu lado de “experimentadora” definhar e na minha trajetória e prática educativa, sempre tive na busca meu maior movimento: criar a partir do desafio, de encontrar novas maneiras de perceber as relações interpessoais, as vivências com aquilo que diferente de mim se apresenta. Somos todos diferentes e temos cada um nossas especificidades, como seres repletos de traços identificatórios que mostra quem somos, ou ao menos quem pretendemos ser.
Tenho consciência de que não estou ocupando o lugar que estou por mero acaso, sei também que não posso mais parar. É evidente que o medo acaba surgindo, receio de não dar conta, de fazer “errado” e de me envolver efetivamente com o problema do outro sem conseguir ajudá-lo, por essa razão busquei na Psicopedagogia a compreensão para as possíveis situações que sei que cedo ou tarde terei de lidar e a efetiva ligação que esses ensinamentos vão me proporcionar, auxiliando ainda mais minha atuação entre a teoria e a prática.
Sei que chega um momento que precisamos ultrapassar os nossos próprios limites, de reconfigurar nossas competências e habilidades, afinal estarei diante de seres humanos riquíssimos em suas complexidades e em constante processo de transformação, a Psicopedagogia me ajudará a fazê-lo, sei que faz parte do meu próprio processo de formação, sinto que estou prestes a entrar numa nova fase de vida e mais uma vez eu terei de contar somente comigo, com a minha coragem em ousar, em acreditar, em criar, e em fazer com que todo esse movimento torna-se uma latente atitude de querer ser eu mesma de forma autêntica e confiante de me engajar nesse processo, neste movimento natural deste fluxo perene, de mil possibilidades, de novas ideias, de um novo posicionamento, de minhas vivências e de minha história.
Por: Lisa Teixeira
Julho / 2011
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