A primeira coisa que chama a atenção do pesquisador é a semelhança das referências antigas nesse particular.
Na Bíblia, por exemplo, o profeta Isaías fala do desaparecimento da Atlântida com palavras bastante diretas:
"...Ai da terra dos navios a vela que está além da Etiópia; do povo que manda embaixadores por mar em navios de madeira sobre as águas. Ide, mensageiros velozes, a uma gente arrancada e destroçada; a um povo terrível mais do que não existe outro; a uma gente que está esperando do outro lado, e a quem as águas roubaram suas terras..." (Is XVIII, 1-2).
Também Ezequiel trata do mesmo assunto nos cap. XXVI e XXXII:
"...Disse o Senhor: E fazendo lamentação sobre ti, dir-te-ão: como pereceste tu que existias no mar, ó cidade ínclita, que tens sido poderosa no mar e teus habitantes a quem temiam? Agora passarão nas naus, no dia da tua espantosa ruína, e ficarão mergulhadas as ilhas do mar, e ninguém sairá dos teus portos; e quando tiver feito vir sobre ti um abismo e te houver coberto com um dilúvio de água, eu te terei reduzido a nada, e tu não mais existirá, e ainda que busquem não mais te acharão para sempre".
As citações do Velho Testamento podem ser comparadas às que traz escritas um velho códice tolteca, cuja tradução, feita por Plangeon, diz o seguinte:
"No ano de 6 de Kan, em 11 de muluc do ano de Zac, terríveis tremores de terra se produziram e continuaram sem interrupção até o dia 13 de Chen. A região de Argilla, o país de Mu, foi sacrificado. Sacudido duas vezes, ele desapareceu subitamente durante a noite. O solo, continuamente influenciado por forças vulcânicas, subia e descia em vários lugares, até que cedeu. As regiões foram então separadas umas das outras, e depois dispersas. Não tendo podido resistir ás suas terríveis convulsões elas afundaram, arrastando para a morte seus 64 milhões de habitantes. Isto se passou 8.060 anos antes da composição deste escrito".
A semelhança chega aos detalhes e o documento tolteca adquire significado tanto maior quando verificamos que Mu, na linguagem dos índios do Brasil, significa "irmão", ou "parente". A descrição provavelmente nos conta o fim da nação onde vivia um povo aparentado racialmente com os habitantes do continente americano.
Homero, 2.000 anos antes de Cristo, trata da Atlântida na sua imortal Odisséia. E depois dele Hesíodo, Eurípides, Sólon, Estrabão, Dionísio de Halicarnasso, Diodoro de Sicília, Ulínio e muitos outros escritores clássicos.
Teopomo e Marcelo, que viveram mais tarde, nos contam que "os atlantes, expulsos de suas terras pela inundação do mar irritado, conquistaram a parte da Europa Ocidental que era habitada pelos celtas...". O mais interessante é que o meticulo historiador Tivigênio, seu contemporâneo, estudo as tradições de muitos povos da Europa e obteve resultado semelhante.
Nenhum deles, porém tratou da Atlântida com riqueza de detalhes, como o velho Platão o fez em seus Timeu e Crítias.
Em Timeu, Platão nos revela uma conversa entre Sócrates, Timeu, Hermócrates e Crítias, onde este último conta a Sócrates, como verdadeira, a seguinte passagem:
"...Ouvi, disse Crítias, contar essa história pelo meu avô, que a ouvira de Sólon, o filósofo. No delta do Nilo eleva-se a cidade de Sais, outrora capital do faraó Amásis e que foi fundada pela deusa Neit, que os gregos chamam Atena. Os habitantes de Sais são amigos dos atenienses, com os quais julgam ter uma origem comum. Eis por que Sólon foi acolhido com grandes homenagens pela população de Sais. Os sacerdotes mais sábios da deusa Neit apressaram-se a iniciá-lo nas antigas tradições da história da humanidade e especialmente de Sais. Contaram assim a Sólon que ele e os demais gregos ignoravam tudo a respeito dos períodos remotos da história. Explicavam tal ignorância pelo fato de várias catástrofes, inundações e terremotos haverem destruído os monumentos onde os gregos gravavam seus feitos".
E acrescentaram os sacerdotes que calamidades ainda maiores foram às vezes causadas pelo fogo do céu... Depois, os sacerdotes fizeram saber a Sólon que conheciam a história de Sais a partir de 8.000 anos antes daquela data. Há manuscritos, disseram, que contêm o relato de uma guerra que lavrou entre os atenienses e uma nação poderosa que existia na grande ilha situada no oceano Atlântico. Na proximidade desta ilha existiam outras, e mais além, no extremo do oceano, um grande continente. A ilha chamava-se Poseidonis, ou Atlantis, e era governada pelos reis a quem pertenciam as ilhas próximas, assim como a Líbia e os países que cercam o mar Tirreno. Quando se deu a invasão da Europa pelos atlantes, foi Atenas, como cabeça de uma liga de cidades gregas, que pelo seu valor salvou a Grécia do jugo daquele povo. Posteriormente a esses acontecimentos houve uma grande catástrofe: um violento terrremoto sacudiu a Terra que foi depois devastada por torrentes de chuva. As tropas gregas sucumbiram e a Atlântida foi tragada pelo oceano...".
Isto, e muito mais, nos contam os antigos...
Fontes: A verdade sobre a Atlântida - Gattefossé, R. M.
La Atlántida sumergida - LLeget, Mario
O enigma da Atlântida - Braghine, Cel. Alexandre
Atlantis, the Antediluvian World - Donnely, I.
Aquém da Atlântida - Barroso, Gustavo
Problems of Atlantis & The history of Atlantis - Spence, L.
L'histoire des atlantes - Berlioux
Atlantis in Andalucia - Wishaw
A Atlântida decifrada - Spanuth, Jurgen
Grandes Enigmas da Humanidade - Luís Carlos Lisboa e Roberto Pereira de Andrade.
O prof. Charles Hapgood, apoiado por Einstein (cartas trocadas na década de 50 e anterior), através da teoria do deslocamento das massas, crê que a Antártida esteve fora do circulo polar Antártico cerca de uns 3.200 km.
Daí a teoria de que sob a média de 1,5 km de gelo, se esconda a famosa Atlântida. Explicaria também o que tantos cientistas do mundo todo fazem tanto por lá... assim como gastam tanto com viagens espaciais... e tem gente que ainda crê ser isto normal.
No espaço, mais especificamente na Lua, creio que procuram por tecnologias abandonadas, tal qual na Antártida.
ENGUIAS, FOCAS, PÁSSAROS,CAMARÕES, MASTODONTES E TOXODONTES.
Imaginando-se que a massa de terra da Atlântida tenha sido sacudida por terremotos, enquanto submergia a maior parte de sua área, ainda assim teria sido possível para algumas formas de vida sobreviver nos cumes das montanhas, que se tornaram pequenas ilhas acima da superfície do mar. Essa probabilidade explicaria a sobrevivência, em algumas das ilhas atlântidas isoladas, de animais cuja presença seria difícil de explicar de outra forma, a não ser que tivessem sido trazidos de outro continente em navios.
As ilhas Canárias não receberam esse nome por causa de aves, mas sim de cães (do latim: canes), animais ali observados em grande quantidade pelos primeiros visitantes europeus. Esses cães eram nativos das ilhas, da mesma forma que os próprios ilhéus, os quais não tinham trazido de barco, da África ou da Europa, os cães ou outros animais, como cabras, carneiros e gado. Na verdade, eles não usavam barcos, tão forte era seu medo do mar, bem como as reminiscências de sua terra natal sendo engolida pelo oceano.
Há também o exemplo de um pequeno crustáceo e sua ligação com a lenda Atlântida. Em Lanzarote, uma das Canárias, onde existem antigas construções e túmulos de idade e origem indeterminadas, há uma espécie de camarão pequeno e cego, cujo único hábitat, até onde se tem conhecimento, fica dentro de uma escura piscina formada pela água da maré, sob uma caverna. Esse camarãozinho, o Munidopsis polymorpha, que possui olhos residuais, mas não enxerga, está muito relacionado com outra espécie crustácea local, o Munidopsis tridentata, praticamente idêntica à primeira, exceto pelo fato de, não estando presa numa piscina subterrânea formada por água de maré, poder ver. Uma explicação teórica da perda da visão dos Munidopsis polymorpha é que, por causa de repentino movimento sísmico, essa espécie ficou aprisionada, permanecendo em total escuridão, e, sem necessidade de enxergar, perdeu a visão nos séculos subseqüentes.
Não havia seres humanos nos Açores quando aportaram os primeiros navegadores europeus referidos pela história, mas havia tantos pássaros e coelhos que se tornou lógico que os exploradores denominassem esse grupo de ilhas segundo os falcões (Açores), e cada uma das ilhas segundo os pássaros ou animais terrestres encontrados. As atuais ilhas de São Miguel e Flores estavam assinaladas nos mapas mais antigos com os nomes de ilha dos Pombos e ilha dos Coelhos. No entanto, não há explicação para a presença desses animais e pássaros continentais em pequenas ilhas a milhares de milhas do continente mais próximo.
Duas espécies de focas, o monge e a sereia, são encontradas ao largo da costa dos Açores, embora ambas pertençam a uma variedade de focas freqüentadora de costas continentais ou mares interiores: o monge, das águas costeiras do Mediterrâneo e do Caribe, e a sereia, das águas costeiras da África Ocidental e da parte oriental da América do Sul.
Como reforço em favor da teoria de que as focas estavam entre os pássaros e animais isolados nas ilhas oceânicas após o desaparecimento de seu hábitat anterior de proporções continentais, há uma notável referência na literatura clássica acerca de focas e Atlântida. Elieno, escritor clássico do século III d.C, cita "os carneiros do mar" (focas) em seu livro A natureza dos animais.
Escreve ele: "...o macho tinha em volta da fronte uma listra branca, parecida, dir-se-ia, com o diadema de Lisímaco ou Antígono ou outro rei macedônio. Os habitantes das costas do oceano contam que, em tempos primevos, os reis da Atlântida, descendentes de Posídon, usavam nas respectivas cabeças, como símbolo de poder, a listra das focas macho e suas esposas, as rainhas, usavam, como símbolo de poder, listras das focas fêmeas.
Essa referência de passagem ao uso da pele de foca na Atlântida como enfeite real é um exemplo de como uma ligeira observação sobre vestimentas — nesse caso, um estilo de cobertura para a cabeça — pode servir, muitos séculos depois, para corroborar teorias relacionadas à geologia, à zoologia, à oceanografia e à pré-história do mundo.
Mesmo espécies efêmeras como as borboletas têm sido sugeridas como elo entre os continentes existentes nas costas oriental e ocidental do Atlântico e um antigo continente no meio do oceano. Das espécies de borboletas existentes nas ilhas atlânticas, dois terços também existem na Europa e na África, e quase um terço nas Américas. Lewis Spence, atlantólogo escocês, sugeriu que a borboleta catopsilia da costa Norte da América do Sul pode geneticamente recordar uma região de terra no oceano a Nordeste da Guiana, pois todos os anos os machos dessa espécie encetam um vôo fatal, em massa, sobre o oceano até que, "em grandes nuvens coloridas, mergulham no mar".
O impulso instintivo de pássaros e insetos no sentido de voltarem para uma terra natal ancestral ou para os pastos de reprodução é denominado nostofilia, e também pode explicar estranho fenômeno registrado por marinheiros e pescadores numa região ao sul dos Açores, ao observarem bandos de aves migratórios em seu vôo anual de inverno da Europa para a América do Sul. Quando eles chegam ao meio do caminho, começam a sobrevoar o mar aberto como se procurassem um local para pousar, e algumas das aves, cansadas, caem na água. Após voarem em grandes círculos concêntricos sem encontrar terra firme, os pássaros prosseguem vôo e, mais tarde, repetirão o mesmo processo em seu retorno da América do Sul.
Essa evocação instintiva também pode explicar o misterioso suicídio em massa dos lemingues, pequenos roedores noruegueses que periodicamente se super-reproduzem e esgotam seus suprimentos de comida. Nesse momento, um instinto latente os impele para as praias do Atlântico, onde, em grandes massas, entram no oceano e nadam em direção oeste até morrerem todos afogados. Esse instinto, que efetivamente serve como forma de controle da natalidade, tem sido freqüentemente atribuído pelos adeptos da tese da Atlântida a uma reminiscência instintiva de uma terra que existiu outrora no Ocidente, talvez um torrão natal comum partilhado com outros pequenos animais continentais, onde a horda esfaimada de lemingues ainda podia encontrar alimento.
Mas o exemplo mais impressionante de reminiscência instintiva talvez seja o caso das enguias européias e americanas, que fazem uma viagem de milhares de quilômetros através de rios, mares e oceanos para depois chegarem a uma das mais misteriosas regiões do Atlântico — o mar de Sargaço, que alguns pesquisadores acreditam cobrir o que outrora foi a parte ocidental do continente da Atlântida.Aristóteles, o filósofo ateniense, aluno e mais tarde crítico de Platão, também foi interessado observador de fenômenos naturais. Ele fez os primeiros comentários registrados sobre os hábitos de reprodução das enguias européias, que a cada dois anos desapareciam dos lagos e lagoas da Europa e nadavam rio abaixo até o mar. As pequenas enguias, nascidas em alguma parte do mar, nadavam rio acima até os lagos, mas os locais onde se reproduziam permaneceram desconhecidos em algum ponto do mar, pelo menos até meados deste século. Só foi na metade do presente século que se solucionou o mistério.
Hoje em dia sabemos que as enguias nadam para o mar de Sargaço, passando pelo fundo do oceano numa única e compacta massa, numa viagem que leva quatro meses. Ao chegarem a determinado ponto do mar de Sargaço, desovam em concentrações submarinas de algas, que protegem os ovos, e depois morrem. As pequenas enguias voltam à Europa através do ramo norte da corrente do Golfo e o processo se repete após outros dois anos.
Aristóteles teria ficado ainda mais surpreendido se conhecesse o caso das enguias da América, que realizam a mesma peregrinação submarina ao mar de Sargaço, mas em sentido inverso ao das européias: de oeste para leste, voltando à América, seguindo o ramo sudoeste da corrente do Golfo (a mesma rota seguida por Colombo).Embora o mistério pareça estar solucionado, a explicação ainda é confusa. Talvez a memória genética das enguias de ambos os lados do Atlântico force-as a voltar para um campo de procriação ancestral, um rio ou antigo leito de água hoje coberto pelo mar, mas cuja vegetação residual, as algas do mar de Sargaço, ainda oferece às jovens enguias a proteção necessária à sua sobrevivência.É também interessante refletir que o cético Aristóteles, que zombou da narrativa de Platão sobre a Atlântida, fosse o primeiro a chamar a atenção para o mistério da migração das enguias, o qual, por si só, se transformou em excitante sugestão à existência, um dia, de uma massa de terra continental agora submersa no oceano Atlântico."
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