Extraído do Living Spirit eLetter, February 2004 – Tradução Carlos Bittencourt [email protected]
É sempre um paradoxo do caminho espiritual, se estamos nas mãos de Deus e se nossas experiências são o resultado da Vontade Divina e/ou Carma ou se estamos realmente criando nossa própria realidade. A resposta é ambos. Tudo se resume em escolhas. As escolhas que fizemos no passado criaram o Carma que estamos experimentando no presente. Isso inclui os dois extremos; as escolhas que fizemos nas vidas passadas influenciando as escolhas que fazemos na presente e tambem as que fazemos a cada momento influenciando as experiências do próximo momento.
Por termos livre arbítrio (o mais inalienável direito da alma), temos total liberdade para experimentar os resultados de nossas escolhas. Ao aprendermos através de experiências repetidas e purificação da nossa natureza inferior, quais escolhas nos trazem mais próximos de Deus e quais perpetuam as experiências de separação, então descobrimos que não há diferença entre nossa vontade e a Vontade Divina. (esse é o sentido da frase "seja feita (a minha igual) a Sua Vontade" Nota do Tradutor.)
Essa descoberta, entretanto, não pode ser feita enquanto a natureza inferior não for purificada, por causa do véu da separação, que é perpetuado pelo ego.
Duas energias, duas escolhas :
Há duas energias no planeta. Uma puxa "para cima" e outra puxa "para baixo". Dê-lhes o nome que quiser, mas basicamente tudo que puxa para cima cria Unidade, promove harmonia, e traz equilíbrio. Essa energia reafirma a vida, dá poder ao amor, éauto sacrificante (do ego N.do T.), benevolente e nos traz mais próximo da nossa Natureza Divina por sobrepujarmos a nossa natureza inferior e a ilusão da separação. Tudo que puxa para baixo enfoca medo e dúvida, rouba poder, é auto servil, e malevolente. Perpetua a natureza inferior do homem por focalizar a insegurança, ganância, luxúria, julgamento, e mal uso do poder. Se auto promove por meio da exploração e degradação dos outros. Tudo, na verdade se resume em uma escolha entre essas duas energias. A cada estágio da nossa evolução somos convidados a ser mais discernentes e refinados a respeito do que constitui uma "boa escolha" e uma "má escolha".
As escolhas óbvias e as inconscientes
As escolhas conscientes na experiência humana são óbvias. Mentir, roubar, cometer atos violentos, etc. não puxam para cima. Para os que caminham pela senda espiritual, essas escolhas já foram feitas e pode-se sentir a energia "para baixo" inerente a essas escolhas. Entretanto para evoluir como espécie humana, precisamos compreender as conseqüências das menores escolhas que fazemos todo dia na sociedade. São essas decisões sutis que precisam de mais discernimento. As escolhas nos níveis mais altos e sutis não são menos importantes do que as mais óbvias. Na verdade são mais importantes porque por serem sutis, as pessoas se tornam apáticas e acabam por aceitar essas energias "para baixo" como se fossem "normais", e assim causam a estagnação do crescimento individual e coletivo da humanidade.
Um exemplo vale mais que mil palavras
A maioria das pessoas podem entender que os exemplos que se segue são inofensivos. São de uma parte aceitável da vida e a maioria, inclusive espiritualistas participam deles todo dia. Entretanto são energias "para baixo", e se não decidirmos a seu respeito eles vão continuar a perpetuar no corpo (energético e físico N. do T.) individual e coletivo da humanidade. A forma mais óbvia dessa energia "para baixo" que as pessoas aceitam e participam vem através da televisão, cinema e vídeo games que refletem violência, vulgaridade, linguagem obscena, sexo e humor degradantes, etc. Constituem a maioria dos filmes e programas de TV e também o entretenimento de que nossos jovens participam. Um filme proibido para 14 anos pode parecer benigno, talvez trazendo uma "lição de vida" realista mas a realidade energética é que toda vez que nos submetemos a uma linguagem vulgar, ou assistimos violência nas suas mais diversas formas, (os jornais das cidades nas tv, n. do. t.) estamos tomando a decisão de permitir aquela energia "para baixo" na nossa consciência. Podemos pensar que não nos afeta, ou podemos achar que podemos agüentar isso, ou ainda que nãotem problema porque tudo vem de Deus, mas isso é um erro. A todo e qualquer momento você está criando aquilo que será sua experiência no momento seguinte. Se você assiste um filme ou programa de T.V. que puxa para baixo você está literalmente trazendo aquela energia "para baixo" para si por causa de sua participação. Sua escolha de focar sua atenção ao assistir é sua participação. Você não vai perceber na hora, mas trazendo essa energia para baixo na sua consciência, você vai atrair mais da mesma espécie para si. É muito sutil, porque isso acontece no plano etérico primeiro e depois precipita nos planos (emocionais e ) físico da experiência. Depressão, tristeza, sentimentos de raiva ou revolta, insegurança, preocupação pela sobrevivência, sentimentos de baixa auto-estima, tudo são resultados dessa energia para baixo. Pode se materializar como doença física, sera vítima de um crime, acidente, cisão na família, perda do emprego, etc. Você pode se perguntar o que fez de "errado" para que essas coisas acontecessem com você, sem perceber que foram aquelas decisões sutis que você fez, a energia que puxou para si, que criou a sua realidade. Você pode ver então que uma vida de "ir na onda" e tentar viver de acordo com as expectativas do mundo te deixa vulnerável a essas energias para baixo. O momentum (a quantidade de movimento) do Carma acumulado pela perpetuação do movimento "para baixo" é difícil de superar a não ser que a pessoa seja muito consciente das suas escolhas a cada momento e esteja desejando experimentar a negação da sua natureza inferior (morte do ego) que sempre quer sobreviver na existência separatista.
Tenha a coragem de confiar em si mesmo.
Se alguma coisa lhe traz desconforto, mesmo que seja pouco, PERCEBA COMO SE SENTE.
Quantos de nós ao vermos um filme, viramos a cara ou nos assustamos com a linguagem vulgar? Essas coisas causam reações viscerais pela pureza de sua alma. Por exposição repetida a essas energias "para baixo", as pessoas se tornam insensíveis, resultado do distanciamento da pureza original da alma. É um ciclo perpétuo do movimento para baixo, chamado inferno (um nível de consciência, não um lugar físico). As formas mais gritantes do mal e da obscuridade começaram como formas muito sutis dessa energia. Pelas escolhas contínuas no sentido "para baixo" elas continuaram a descer, o inferno foi criado, o mal veio a existir como a completa ausência da energia "para cima".
Ascensão
Para ascender a consciência se requer uma percepção consciente dessas duas energias e a repetição das escolhas conscientes no sentido da reafirmação da vida, a energia para cima. Cada alma precisa aprender o que essas escolhas trazem como conseqüências em termos de sua existência. Em cada momento individual, a escolha parece insignificante, como assistir um filme não adeqüado com a esposa. No princípio pode parecer uma escolha benigna. Pode parecer que seria um momento de estarem juntos, o filme se tornando secundário. Mas ao se examinar mais cuidadosamente, como nos sentimos ao fim do filme, se torna claro que a escolha para cima requer a negação da opção mundana. É a contínua redenção do para baixo na reafirmação do para cima, de um pequeno auto sacrifício para uma experiência pessoal "para cima’. Só por intermédio de repetidas escolhas nossa natureza inferior se purifica e as energias para baixo deixam de ter influência para nós. Preste atenção no que você permite vir até a sua consciência. Em todo e qualquer momento há uma escolha, e essa escolha é sua, assim como a responsabilidade por ela. Coletivamente, o mundo reflete o total de nossas escolhas. Você precisa assumir a responsabilidade do que penetra em sua consciência, perceba onde foca a sua atenção. Palavras baixas, piadas que denigrem, observações defensivas ou sarcásticas, escolhas que refletem uma falta de integridade são alguns exemplos que se apresentam a você cada dia. Como uma pessoa espiritualmente consciente, você tem que se levantar e não se acomodar no caminho do mínimo esforço. Não é bom ir na "onda" da multidão, você deve ser verdadeiro(a) consigo mesmo(a) se quer que o espírito penetre o físico e que o momentum da energia do planeta mude. O caminho é estreito (o fio da navalha) e poucos adentram porque poucos estão dispostos a se negar ao mundo continuamente e se virar contra essas energias "para baixo" sutis. Mas quanto mais alto for, mais sutil as energias se tornam, até que pela purificação contínua da natureza inferior se torne incapaz de permitir que a mais discreta forma de energia "para baixo" penetre em sua consciência. Nesse ponto, você vai estar "criando em Unidade com o Divino". Todo pensamento vai ser direcionado para à unificação e à harmonia, puxando "para cima" e se expandindo, você se tornará criador da luz e uma fonte de amor através do cosmos.
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