Vulcões ajudam cientistas a estudar futuro dos oceanos com alto CO2
Energia Cósmica

Vulcões ajudam cientistas a estudar futuro dos oceanos com alto CO2


Você com certeza já ouviu as dezenas de malefícios que o gás carbônico em excesso na atmosfera pode trazer. Mas já imaginou, realmente, o que pode acontecer com o nosso mundo por causa da emissão do gás?

Os vulcões submarinos próximos a uma pequena ilha italiana estão ajudando os cientistas a espreitar o futuro de um mundo alterado pelas quantidades crescentes de dióxido de carbono emitidas para o ar e absorvidas pelos oceanos.

A água ao redor da ilha de Ischia é um espelho que reflete as condições dos oceanos da Terra no início do próximo século, porque as aberturas vulcânicas encontradas lá inundam a água com grandes porções de dióxido de carbono, ou CO2, que transforma água do mar em uma água ácida.

A pesquisa mostrou que o crescimento das condições ácidas é prejudicial a algumas criaturas do mar – aquelas que constroem suas carapaças protetoras com cálcio são cada vez mais impedidas de fazê-lo, sempre que a água se torna mais ácida.

O destino dessas criaturas e a estabilidade da cadeia alimentar do oceano são as principais preocupações durante o próximo século, por causa do dióxido de carbono que é liberado na atmosfera por seres humanos, já que os oceanos absorvem cerca de 30% desse gás.

Uma parte das mudanças climáticas que é indiscutível é a de que o CO2 está aumentando na atmosfera e também nos oceanos – e isso é fácil de medir.

Os pesquisadores usaram os respiradouros vulcânicos de Ischia para ver exatamente quais os efeitos têm as águas ácidas sobre a composição das comunidades de vida marinha.

Vulcões submarinos ao redor do mundo lançam CO2 ao oceano. São laboratórios naturais que podem ser comparados ao dióxido de carbono que bombeamos a partir da queima de hidrocarbonetos.

Grande parte do que os vulcões expelem é água superaquecida e enxofre, junto com dióxido de carbono – esta mistura cria algumas condições de vida extremas.

Porém, os respiradouros estudados são relativamente suaves. Eles liberam principalmente o dióxido de carbono, não há mudança de temperatura e nem enxofre, por isso é mais fácil de analisar os efeitos do CO2 em si.

Os pesquisadores comparam estar nas águas em torno dessas aberturas com nadar em uma jacuzzi ou em uma taça de champagne, por causa das pequenas bolhas que aparecem.

Apenas cerca de 90 metros da costa e em águas com 2 ou 3 metros de profundidade, as aberturas vulcânicas criam uma paisagem submarina que as transita do pH normal (8,1) para níveis que devem ser alcançados em 2100 (7.8), até condições altamente ácidas (entre 6 e 7).

Embora existam várias pesquisas sobre os efeitos desagradáveis que água ácida assume na construção da carapaça de animais, a nova pesquisa é uma das primeiras a analisar a forma como a água ácida afeta a comunidade subaquática como um todo.

O estudo mostrou que quanto mais ácida a água, menos variedade é vista nas comunidades de criaturas do mar.

Mesmo que o número de animais nestas zonas seja mantido, os animais predominantes se alteram. Minúsculos crustáceos e algas marrons e verdes prosperaram nos ambientes mais ácidos, enquanto criaturas maiores ficam ausentes. É como substituir animais do tamanho de amendoins por organismos menores que um grão de arroz.

A pesquisa mostra o espectro de respostas biológicas que a acidificação desencadeia. Algas rosas e laranjas, brilhantes ouriços do mar e caramujos rastejantes foram substituídos por criaturas na zona de pH 7,8. Nas águas de ácidos extremos, por uma paisagem aparentemente árida de castanhos e verdes.

No entanto, alguns caracóis – com suas carapaças – viviam na zona de acidez 7,8. Segundo pesquisadores, isto é encorajador porque mostra que há alguma capacidade de alguns destes organismos calcificados de sobreviver, mas traz também um monte de perguntas sobre por que eles são capazes de sobreviver.

E os resultados vão além do oceano. Afinal, não se trata apenas de caracóis, ouriços do mar ou crustáceos minúsculos, mas também de como as mudanças poderiam afetas as criaturas maiores que se alimentam deles – incluindo os seres humanos.


[OurAmazingPlanet]

Fonte: Instituto Consciência Adamantina

Por: Lisa Teixeira

http://muraldecristal.blogspot.com

Setembro / 2011




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